Pelo terceiro ano consecutivo (2011, 2012 e 2013) é negado, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), uma bolsa produtividade à professor Celi Taffarel.
Quem a conhece sabe, perfeitamente, a
sua capacidade de trabalho, que vem sendo desenvolvido há mais de 20
anos, não só na pesquisa mas, também, na extensão e no ensino, tanto na
graduação como na pós-graduação latu e strictu senso, orientando mestrandos, doutorandos, bolsistas de iniciação científica entre outros.
Podemos contar, em seu conjunto, atualmente, para mais de 50 acadêmicos oriundos de diversas universidades do país que concluíram, sob a sua orientação,
dissertações e teses, muitas transformadas em livros que auxiliam na
formação humana dos graduandos dos cursos de Educação Física existentes
nas Universidades brasileiras. O impacto deste movimento, apenas, já daria condições para a doutora adquirir a bolsa pleiteada.
Mas alguns podem pensar que esta
avaliação é muito subjetiva. É uma constatação emotiva de um ex
orientando da Celi Taffarel. Mas não é, afirmo e reafirmo. Pois agindo
assim, estaria indo de encontro as suas orientações quando do
desenvolvimento da minha tese.
No entanto, para que não fique
nenhuma dúvida, vou me valer dos dados levantados pelo pesquisador
Wagner Santos Santana, bolsista de Apoio Técnico Científico que trabalha
em uma das maiores pesquisas encomendadas pelo Ministério dos Esporte, o Diagnóstico Nacional do Esporte, não por acaso, coordenada pela professora Celi Taffarel.
Esses dados são importantes por
demonstrarem, de maneira objetiva, que os professores e professoras que
concorreram a mesma bolsa produtividade, muito embora tenham no computo
geral pontuações inferiores de produtividade aos da professora Celi
Taffarel, os mesmos foram beneficiados.
Inicialmente apresento os ítens que são considerados pelo CNPq. Itens esses comuns para todos os pesquisadores. São eles: a) orientações concluídas de mestrado; b) orientações concluídas de doutorado; c) trabalhos publicados em anais de eventos; d) resumos publicados em anais de eventos; e) artigos completos publicados em periódicos; f) livro ou capítulo; g) apresentações de trabalho; h) trabalhos técnicos e i) outras.
Considerando os itens elencados acima, a
professora que teve a sua solicitação de bolsa produtividade negada,
computou o total de 1, 086 (hum mil e oitenta e seis) pontos. Uma outra
professora, conhecida pelas suas publicações no âmbito da educação
física escolar, notadamente às de implicações para as práticas
pedagógicas e que teve o seu pedido de bolsa produtividade aceito, computou apenas 713 (setecentos e treze) pontos.
Uma outra professora, esta graduada em fisioterapia, obteve o total de 380 (trezentos e oitenta) pontos e teve o seu pedido de bolsa produtividade aceito,
o que ocorreu também com um professor, este graduado em educação física
e que alcançou a assombrosa pontuação de número 99 (noventa e nove).
Dez vezes menos do que a professora Celi Taffarel.
Esses são apenas três exemplos de um
total de 42 pesquisadores, todos da Área 21, que conseguiram a bolsa
produtividade. Nenhum deles. Atenção por favor. Absolutamente nenhum
desses doutores tiveram pontuações iguais ou superiores a da professora
Celi Taffarel. Tendo muitos desses obtidos pontuações irrisórias se
comparadas a da professora.
Nesse momento a professora está
recorrendo. Mais uma vez, na luta não pelo direito dela, apenas. Mas por
um direito que é de todos os pesquisadores, que é de ter o seu trabalho
reconhecido quando o mesmo é colocado em apreciação nos órgãos de
fomento de pesquisa científica.
No cotidiano, na prática social
concreta, o trabalho da professora Celi Taffarel já é, por demais,
conhecido. Nacional e internacionalmente, como comprova a coordenação,
por ela desenvolvida, dos convênios feitos com Portugal, Cuba, Itália e
Alemanha.
No entanto, independente desse
reconhecimento socialmente referenciado, é preciso buscar a justa medida
do trabalho. Em sociedades republicanas esse reconhecimento também se
dá na observância das leis elaboradas em contexto democrático e que
mesmo reconhecendo sua limitação, devem ser considerados os elementos
objetivos por este sistema elaborado.
Diante do exposto, entendemos que os
mesmos não estão sendo observados há, pelo menos, três anos. E por isso,
exigimos explicações. Nós, professores, pesquisadores, estudantes,
militantes, perguntamos o que está havendo com o CNPq e exigimos
explicações do mesmo, órgão maior de fomento da pesquisa científica
deste país.
A professora Celi Taffarel não está
sozinha. Vários pesquisadores de diferentes universidades dos estados de
Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Bahia, federais e estaduais
deste país se solidarizam ao pleito da professora e solicita a
reconsideração, por parte do CNPq, do indeferimento relativo a concessão
da bolsa produtividade à professora, doutora, Celi Taffarel.
Por fim, pontuamos que o seu caso não é
particular, como talvez possa parecer. Mas trata-se da luta por uma
política de fomento às pesquisas socialmente referenciadas, notadamente
no norte e nordeste deste país.
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